A extensa contribuição acadêmica, de pesquisa, estudos e considerações sobre a construção da cena.

PUBLICAÇÕES

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Neste livro, em lugar de uma história do traje, de um catálogo de estilos ou coisas do gênero, Rosane Muniz prefere partir para a investigação do significado do figurino na criação teatral.

Vestindo os nus

Uma jornada de fora para dentro da cena, com uma série de entrevistas capazes de estabelecer a importância nesse aspecto da encenação. Um início pelos críticos (nesse caso, como porta-vozes do público), que vêem os figurinos já prontos, e usados pelo elenco, percebendo a intervenção positiva das roupas no espetáculo como um todo. Um destaque, em primeiro lugar, duas figuras consagradas e excepcionais na qualidade do que fazem e no número de trabalhos realizados - Gianne Rattp e Karma Murtinho. E a seguir, para aqueles que usam os figurinos - os atores - e o que seus trajes significam para a composição da personagem, sua contribuição, digamos, exterior, para completar o que é trabalhado no interior. Finalmente,  entrevistas com os figurinistas, que falam de suas visões pessoais, seus processos criativos, sua consciência de que os figurinos são parte integrante do espetáculo, sem poder fazer nem mais nem menos do que o necessário para a organicidade do todo, ao que são submetidos sem que isso lhes tolha a criatividade ou o prazer. Nem sempre o público em geral tem consciência da extraordinária complexidade do trabalho no teatro.

A Quadrienal de Praga (Prague Quadrennial - PQ) é um evento mundialmente conhecido que acontece por duas semanas, a cada quatro anos, em Praga, República Tcheca. Foi criada em 1967 para trazer o melhor do design da performance, cenografia e arquitetura teatral para a linha de frente de atividades culturais a serem vividas por profissionais, artistas emergentes e, também, pelo público em geral.

Um panorama do traje teatral brasileiro na quadrienal de Praga (1967-2015)

São raras as oportunidades para expor um traje de cena fora da cena, em uma exposição na qual seja possível refletir sobre a obra criada, seu processo de trabalho e propostas cênicas, tanto no País quanto no exterior. A maior exposição internacional de performance design acontece, há 58 anos, na República Tcheca, tendo reunido artistas, pesquisadores e estudantes de 90 países, na última edição, em 2015. Durante a Quadrienal de Praga (1967-2015), o Brasil já foi premiado diversas vezes, incluindo o prêmio máximo da PQ: a Triga de Ouro, em 1995 e 2011. Porém, a falta de uma instituição responsável pela organização da participação do País causa instabilidade nas formas curatoriais, além de escassez de verba. Este estudo investiga como o traje de cena do teatro brasileiro é representado na exposição internacional. Um percurso que se faz necessário iniciar na Bienal Internacional das Artes Plásticas do Teatro (1957 a 1973), evento criado como um quadro pertencente à Bienal de São Paulo e que, após sua quinta edição, faria surgir a exposição tcheca. Uma documentação inédita, com amplo resgate documental e iconográfico, compõe esta tese e serve como fundamental objeto de estudo para reconhecer qual a posição do traje cênico nesta trajetória de vinte edições, construída ao longo de 58 anos, para possibilitar a investigação da hipótese desta tese: confirmar se, no histórico da participação brasileira, entre 1987 e 2003 - quando a representação do país esteve aos cuidados do cenógrafo J. C. Serroni - houve algum tipo de preferência curatorial por artistas e/ou trabalhos cujos trajes de cena tenham reforçado uma possível presença de influência na construção da imagem do figurino teatral de acordo com estereótipos da cultura brasileira, em destaque as características estéticas do Carnaval.
Clique abaixo para ler a tese:
- volume 1
- volume 2

Esta pesquisa registra e analisa as criações de figurinos, desde a Itália até o Brasil, de Gianni Ratto, diretor, cenógrafo, iluminador e figurinista, além de autor e importante figura no teatro italiano e brasileiro. 

A Trajetória de Gianni Ratto na Indumentária

A catalogação, organização e digitalização das imagens de seus trabalhos resgata parte da história do teatro. Somada à investigação em fontes bibliográficas, e levando em consideração a história oral nos depoimentos registrados, a análise do seu acervo torna-se não apenas histórica, mas também cultural. Um estudo comparativo de três montagens do mesmo espetáculo (Elixir de Amor) em diferentes fases de sua carreira – com Giorgio Strehler, no Teatro Scala, em 1951; no Theatro Municipal de São Paulo, em 1971; e com Antonio Pedro, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, em 1983 – possibilita uma reflexão sobre os diferentes processos criativos em seu ―processo de trabalho‖ no que tange à elaboração de figurinos teatrais.

Clique abaixo para ler a dissertação:
- A Trajetória de Gianni Ratto na Indumentária (ECA-USP, 2008)